

A artista Verônica Fukuda é uma das artistas convidadas da exposição “Mulheres inventadas” que entra em cartaz no próximo sábado (16/04) em Curitiba.
Se os contos de fadas fossem reais, ela estaria dentro deles. Com uma maneira delicada de esculpir em papel e argila, a artista transforma suas emoções em animais e seres mitológicos que fazem metáforas as transformações e ciclos de vida da natureza. “A ideia é que a pessoa entre nessa fantasia. Que naquele minuto ela se proponha a sonhar”, explicou a artista.
Na exposição que estreia no MuMA- Portão cultural, seis artistas mulheres são convidadas a expor questões femininas para o público. Abuso, vergonha, medo e expectativas, são tratadas em obras de diversas linguagens: vídeos, instalações, fotografia e esculturas são alguns dos exemplos do que o público vai encontrar. O que buscam as artistas, em tempos onde a sororidade já é um termo expandido e disseminado, é que outras mulheres se identifiquem com as vivências expostas e não sintam solidão em questões relacionadas ao gênero feminino. “Eu acho que o papel da arte é fazer com que a nossa realidade que é tão dura, seja mais palatável. A arte plástica, assim como o cinema, tem a capacidade de teletransportar para uma outra dimensão. A ideia é que a pessoa entre nessa fantasia”, completou Verônica.
Na exposição, as três obras de Fukuda remetem ao renascimento. “O alce da exposição foi escolhido, principalmente pela estética dele. Eu acho um animal super elegante, parece que o caminhar dele é de salto alto. Ele tem uma estética feminina. A primeira vez que eu vi um alce eu fiquei impactada com aquela imagem. Ele é gigantesco, com aquela galhada imensa. É quase do tamanho dele né? E carregando aquilo com uma leveza e foi uma reação mágica. ‘Como ele pode ter uma árvore na cabeça?’ E eu acho que ele representa sim perfeitamente a natureza. O animal, vegetal. Eu fiz a galhada florescer. Tem pássaro, borboleta”, explicou.

Em outra obra, ela faz nascer de uma mão flores e cogumelos. “É o nosso momento. Ninguém solta a mão de ninguém. Vamos estender a mão para o nosso semelhante”.

Uma das obras mais fortes é a de um Sátiro. “Ele complementa a questão da natureza, mas no sentindo invisível. Eu quis através da escultura, materializar esse invisível. Eu tive uma perda, um filho de 12 anos, aqui ele está representado mesmo que inconscientemente, porque ele está representado por um adolescente”, explicou.

A mostra fica em cartaz até o dia 12 de maio e também conta com um ciclo de debates e palestras gratuitas e abertas ao público, com especialistas em diversas áreas, com o intuito de expandir o diálogo nas áreas da psicanálise, performance, história e resistência política.
SERVIÇO:
Artistas: Agnes Vilseki, Evary Leal, Karla Keiko, Laiz Zotovici, Nicole Lima e Verônica Fukuda.
Datas: de 16 de março a 12 de maio.
Local: MuMA – Portão Cultural: Av. República Argentina, 3432 / Portão
Ingresso: gratuito
Confira a programação das palestras (todas acontecem às 15h)
23 de março — Aline Maciel: “Verso do Ventre: histórias de mulheres mães” e Alessandra Lange: “Mãe — um ensaio sobre ela” (performances)
30 de março — Milena Souza: Gênero e sexualidade na produção visual Contemporânea (palestra)
6 de abril — Priscila Frehse: Nós entre mulheres: laços e desenlaces (palestra)
13 de abril — Camila Zoschke Freire: O que faz uma mãe? Pequeno ensaio sobre a construção de corpos (palestra)
27 de abril — Rosangela Chubak: Helena Wong mulher artista (palestra)
4 de maio — Claudia Serathiuk: A mulher é sempre inventada considerações sobre a construção do feminino (palestra)
11 de maio — Lançamento do catálogo e finissage: conversa com as artistas
Link para a matéria: https://www.aplausocwb.com.br/exposicoes/mulheres-inventadas/
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