Tese de doutorado: O CORPO DA IMAGEM: do receptor como matéria viva de uma poética artística contemporânea.
Dissertação de mestrado: REGIMES DE LUZ: A FOTOGRAFIA NA PRODUÇÃO DE DESCONTINUIDADES.
Outros escritos:
Do que é feita uma imagem? Poderíamos dizer que imagens são feitas de pedra, tinta, barro, ou papel e, assim, atribuir-lhes volume, densidade, profundidade. Mas do que é feita uma imagem, precisamente? Eis o problema. Talvez precisemos recuar nossas cadeiras um pouco mais para responder a essa pergunta e, primariamente, indagar: o que é uma imagem?
Texto crítico sobre o Pequeno gesto: ensaio em torno da experiência ordinária, de Luciano Vinhosa.
Em sua série O pequeno gesto: ensaio em torno da experiência ordinária (2011-2013), Luciano Vinhosa cria um léxico visual onde estrutura toda sorte de objetos ordinários, como garrafas plásticas, latas de refrigerante, entre outros, que foram abandonados de um modo preciso. Essa coleção de gestos forma quinze classes poéticas, dispostas em ordem alfabética, sub-locadas em outras três sub-categorias mais abrangentes, cada uma delas agrupando cinco dos quinze tipos: [Por associação] (Dádivas/ Imitação da arte/ Mallembradas/ Oportunidades/ Parassempre); [Por modo] (Assim!/ Assinaladas/ Enfiadas/ Guardadas/ Lançadas fora); [Por posição] (Lá/ Ali/ Aqui/ Do lado de cá/ Do lado de lá). Poderia-se afirmar, inicialmente, que O pequeno gesto é um tratado sobre a forma que aqui, no entanto, alcança um sentido além do estético.
Desde o advento da fotografia digital, sempre que nos deparamos com textos que comparam as novas tecnologias ao modo analógico, não raro encontramos um tom apocalíptico ou saudosista. Relendo alguns, observo que são recorrentes afirmações relacionadas sobretudo a três aspectos: o tempo, o excesso, e a imaterialidade. Pretendo, a partir destas reflexões trazer um foco menos pretérito para uma fotografia presente que, sim, mudou, e vai continuar mudando a nossa relação com as imagens técnicas.
DO ESQUECIMENTO COMO MATÉRIA VIVA DE UMA POÉTICA ARTÍSTICA
Neste artigo me proponho a estender a interpretação de textos sobre a narrativa histórica ao campo das Artes Visuais, buscando nas suas erupções, como propunha Walter Benjamin, um entendimento das posições ocupadas pelo artista: sua implicação em seu próprio discurso e o papel que destina, nessa “partilha do sensível”, como colocou Jacques Rancière, ao espectador.
NOTA SOBRE UMA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA: O CORPO DA IMAGEM: OCUPAÇÕES
O corpo da imagem parte do espectador como premissa recorrente em diversos trabalhos fotográficos que tenho observado. Neste estudo, através da análise de obras de alguns artistas, buscarei testar, aprofundar e ampliar o alcance desse conceito. A discussão crítica consiste em traçar paralelos entre as análises de algumas obras relativamente antigas, que já pertenciam à minha dissertação, com trabalhos mais recentes de três artistas brasileiros contemporâneos. A pergunta central que deve permear essa reflexão será: de que forma a obra (corpo) agencia (ocupa) o espectador (corpo)? Para responder a essa pergunta, é preciso preliminarmente definir o que chamo de “corpo” da imagem e do que se tratam essas“ocupações”.
A Condição Humana e a Obra de Arte na Era da Imaterialidade
A inserção de novas tecnologias no campo da arte sempre gerou discussões acerca do que passaria ou deixaria de ser considerado arte propriamente a partir delas. Desde a dita “era da reprodutibilidade técnica” em que Walter Benjamin anunciava a perda da “Aura”, ao minimalismo industrial de Donald Judd, o objeto artístico foi progressivamente desvinculando-se de seu gênio-criador, questionando valores que iam desde a sua execução por máquinas que substituíam progressivamente a mão do virtuoso artista, perdendo seu valor de culto e exposição, à medida que não distinguíamos cópia e original, conquistando espaços cada vez mais diluídos, expandindo o interior da galeria ao plano real: o urbano. Nesse artigo apresento e analiso uma série de recentes trabalhos de arte mídia à luz das reflexões de Hanna Arendt em seu livro “A Condição Humana”.Como se dão as relações humanas em trabalhos mecanizados por interfaces eletrônicas?
Nazaré do Mocajuba: a perspective from Auslander and Ulrich’s points of view
On this paper I analyze the work “Nazaré do Mocajuba”, created in 2004 and 2005 by the Brazilian artist Alexandre Sequeira. It is composed of several pieces of cloth, such as bed linen, tablecloths, mosquito nets, among other pieces, given to him by local villagers, along with images of their previous owners silkscreened on them. A series of photographs, resulted of the combination of these silkscreened portraits in an open-air exhibition on the banks of the river Mocajuba, in front of the house of each inhabitant photographed, is also presented as part of the work.
On this paper I chose two different approaches to discuss my latest work. The first one regards the photograph as a commodity, on the text “The cultural biography of things: commoditization as process”, by Igor Kopytoff. The second approach regards the concept of iconoclasm and iconoclash, and how they might apply to my work, based on the text “Iconoclash”, by Bruno Latour.